Biografia Adelaide Sampaio, Deli

Adelaide Sampaio (Deli), nasceu em Ribeirão Preto/SP em 1932 e passou sua infância e adolescência nesta cidade. Desde jovem mostrou forte vocação para Artes, particularmente para o desenho e a pintura.

Em 1952, foi para o Rio de Janeiro/RJ e ingressou na Escola Nacional de Belas Artes, onde estudou sob orientação de Quirino Campofiorito, Abelardo Zaluar e Henrique Cavaleiro. Desenvolveu com estes mestres uma linguagem pictórica pessoal e original.

Ao retornar a Ribeirão Preto, continuou a pintar, já com o domínio das cores, técnicas e uma linguagem própria e pessoal. Suas pinturas eram figurativas, originais, expressivas e com conotação psicológica. Pintou figuras, paisagens e naturezas mortas. Pintou figuras humanas, com destaque para as mulheres: eram figuras estáticas, com grandes olhos e um olhar profundo e misterioso, com cores escuras e forte presença do azul. Representadas de meio corpo, carregavam sempre um guarda-chuva, cuja sombra velava um pouco o rosto, principalmente os olhos. Essa veladura era feita com técnica aprimorada, conseguindo uma boa transparência e dando enorme beleza ao quadro. A artista fez alguns quadros quase abstratos que partiam da figuração. Pintou também marinas e paisagens com curvas horizontais e cores claras, que produziam uma sensação de tranquilidade.

Participou do grupo que, na 2ª metade da década de 1950, mudou o paradigma da arte em Ribeirão Preto da estética acadêmica para a estética moderna. Com suas pinturas figurativas, porém modernas, ajudou a desenvolver uma nova percepção estética e uma nova sensibilidade no público ribeirão-pretano.

Em 1967, Deli, junto com outros artistas de renome como Francisco Amêndola, Bassano Vaccarini, Lourdes Sampaio, Divo Marinho, Fernando Espíndola e Ullieno Cicci, fundaram o Ateliê 1104. O Ateliê 1104 ocupava um galpão rústico onde estes artistas trabalhavam, cada um com suas técnicas e seu estilo, sem nenhuma direção artística. Do grupo do ateliê, Deli e sua irmã Lourdes foram as que mais trabalhavam no local. O espaço era aberto ao público, as pessoas podiam visitar, conhecer, ver os quadros inacabados e os artistas trabalhando. Além disso, no ateliê promoviam também exposições e festas. O grupo expunha em Ribeirão Preto, mas também em outras cidades.

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